sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Práquê

Estava muito quente. Ele beijava meu queixo. Tocava a minha curva e beijava meu lábio de cima e beijava meu lábio de baixo. Como ter levado multa gravíssima, ter sido pega roubando no armazém da esquina. Como se alguém tivesse, acima de tudo, descoberto as minhas mentiras. E eu, que tenho pêlos no coração, fingia dormir na cama dele, que me puxava cada vez pra mais perto. Eu pensava me-larga. Uma pena, porque eu já estava gostando, de fato. Me pediu o telefone. Insinuei: prá quê? Me deixou em casa. Olhei: prá quê? Resmunguei tchau e alguns práquês.
Outro dia nos cruzamos. Ele beijava uma menina no queixo.

Um comentário:

Unknown disse...

Voltou a escrever!
Eba!
Adoro!