terça-feira, dezembro 19, 2006

Demorei dois dias pra chorar esse um ano que já se passou.

domingo, julho 30, 2006

Carlinhos

Não sei quando aconteceu e nem como, mas a situação se provara pra mim: os gatos, de fato, tinham sete vidas.
Tudo começou quando o Carlinhos, gato preto e velho da vizinha, foi tentar caçar um passarinho logo de manhã. Eu estava doente e pude ver tudo pela janela. Ele subiu cuidadosamente o ipê até chegar a um galho bem comprido e estreito. De lá, deu um salto enorme e mergulhou de cara no chão. De passarinho, nada vira.
Pude identificar todas as partes nojentas que a gente não quer ver num defunto. Aquela melequeira só. E fui tocar a campainha na casa da Nise pra dar a notícia:
- Nise, desculpa incomodar. Mas o Carlinhos tá ali, ó. Estirado no chão. Mortinho.
- O quê??? – desabou a chorar e foi de encontro ao bichano. Chegou lá e nada vira.
- Que piada mais sem graça, menina!
- Como assim? – e para o meu grande choque, ele não estava mais lá. – eu juro, juro. Vi o bicho caindo da árvore e com as tripas todas arregaçadas e...
De repente chega o Carlinhos se metendo por entre as pernas da Nise.
- Olha menina, nunca mais faça isso, viu?!? Nunca mais, tá me entendendo?! – e saiu resmungando e beijando indecentemente o gato.
Fiquei estonteada. Será que estava delirando por causa da febre? Fui e medi minha temperatura: não. A febre baixara e passei o resto da tarde tentando me explicar o que acontecera.
Os dias continuaram e esqueci aos poucos a cena do Carlinhos morto.
Até que numa outra manhã, saindo para trabalhar, vi novamente a situação: o Carlinhos subindo no ipê, dirigindo-se ao mesmo galho e mergulhando novamente no cimento.
Preferi não olhar e fui embora intrigada.
Minha vida continuou na monotonia usual, mas contei mais quatro vezes nas quais aquilo se repetia.
Visitei piscólogo, macumbeiro, xamã, médium, pastor e... ninguém conseguiu me explicar o que eu tinha visto. Alguns nem me davam ouvidos. Outros transcendiam demais e eu ficava mais confusa.
Foi quando, num domingo, eu achara a explicação.
O Carlinhos fez suas travessuras novamente e eu acompanhei de forma maníaca todos os seus passos. Desde preparar-se para subir naquela árvore até o galho em que estava pendurado. Torcia sozinha: "Ca-ai. Ca-ai! Ca-ai!!!!"... E aconteceu!!!!! Comemorei de alegria, soltei rojões dentro de mim...
Corri escadas abaixo, abri a porta da frente e vi: o Carlinhos, de fato, estava estrupiado em frente à minha casa. Não podia seeer!
Peguei meu caderninho e anotei: “Sétima –> 7º. Desta ele não escapa”.

quarta-feira, maio 24, 2006

Aaaah! A gente sempre chega às conversas que não chegam a lugar nenhum.

segunda-feira, abril 10, 2006

sol do meio-dia.
raríiiiiissimas sombras.

sábado, março 18, 2006

Meu vazio, meu minimalismo

O minimalismo surgiu nos Estados Unidos na década de 50 nas artes visuais com algumas poucas formas geométricas e cores simples. O caráter impessoal do gênero pode ser analisado como resposta vazia ao emotivo expressionismo abstrato.
O que tanto me comove na arte minimalista é este exato desprendimento conceitual permitido no mundo Pós-Moderno. É poder apenas viver da estética e não ter justificativas para isso.
Ele vem de uma tremenda necessidade dado em vista que já não aprovamos a simplicidade diária.
O minimalismo me preenche do vazio que já não encontro onde habito. Porque esse vazio é tido como depressão; e a informação sufoca e o racional transborda.
É o meu escape emocional para tanta tradução complexa dos arredores.

obs- texto que vai pra minha exibição fotográfica, no Senac Águas de S. Pedro.