sexta-feira, novembro 06, 2009

Me esforçava, mas abri os olhos por não dormir, mirei o relógio que brilhava vermelho e me senti fracassada. Eu queria me rasgar de amor e o sono me observava de longe e eu não tinha ninguém para amar. Eu me amava sozinha  em dias de ensaio pra um espetáculo que não ia existir. Queria sentir o seco que fica na garganta quando acaba a água da conversa e os dois se olham, vira cena de filme demodé.
Eu sou antiga apesar de nova, sou atrasada pro contemporâneos casais que se apaixonam por precauções realistas. Eles dividem os mesmos gostos, ganham o mesmo salário, tratam-se como funcionários e agendam local e hora para o amor.

2 comentários:

alessandra luvisotto disse...

saudade da garganta seca das novidades

Cunha disse...

Oi! Vou dar uma olhada por aqui. Abraço