quarta-feira, julho 18, 2007

Enquanto dormem

Quisera eu ter tido pais adequados. E a sua mãe, não vem? Vem. Cantávamos todos, Antiqueira e eu. E Londres, continua? Continua. Viagem para o final do ano. Então vamos nós, aqueles que estivemos lá. Vamos. Mas ela morre de ciúmes. Que vá também. E o dinheiro? O dinheiro já nos faz lá. Aniversário agora em agosto, não é possível decepcionar. Não o faremos. Tá bêbada? Não, dancei apenas uma música. Vamos embora, assim ninguém percebe. Ninguém me notou, faz diferença?? Não, você disfarça, eu a arrasto. Toca aqui todas as quartas ou às sextas? Questão de disponibilidade. E a sua filha me deve. Ou eu lhe devo, total responsabilidade.
Ela fala com muita gente. E combina com muita gente. Nunca funciona, tá sempre pairando. Tá sempre contando o que vai fazer e depois nunca faz. Ah, é assim? É assim, ó.
Beijei um troço, não queria. Ele veio pra mim e disse: prima!! Me senti avechada. Avechada é nome pra interior. Pra quem não sabe o que fazer no depois.
Arrasta qualquer tom pra arrastar o seu embora, somos de família musical, isso não importa.Tá. Peguei alguns telefones, pequei um pouco à beça. À beça? Fantasiei. Nada aconteceu, se não fosse o você e eu. E clamavam altamente, clamavam: isso ainda vai dar em casamento. Não!! Eu vou rir, é ainda o melhor remédio. Já viu aquele filme? As pessoas sofrem, se desarrajam, se despedaçam e se retornam. Num vi. Pois é. É você vivinha. Num sou. É. Tiram um pedaço da cara dela, mas todos a reconhecem. Porque é muito simples, ela tá estampada. Tá com essa cara de queria ser amada. Eu num faço assim. Faz, sim. E diz depois que não queria, que era coisa da sua tia, que emagrecia.
E agora que todos morrem, vou te dizer o que é mais disforme. Num rima nem é de prosa, mas as meninas da noite sabem: só escreve de verdade aqueles que o fazem enquanto os outros dormem.

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